quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma Misteriosa Visita...

- Armorien, Armorien! Abra essa porta! A tempestade está começando...

Batidas desesperadas na porta e gritos de um homem romperam aquele momento de contemplação do grupo diante da armadura da Dama Azul. Alguém que conhecia o ferreiro batia forte na porta de entrada, tentando escapar da chuva. Beren e Dimitre se aproximaram da porta. O elfo foi espiar por uma fresta, enquanto o meio-vistani sacava sua espada e colocava-se ao lado da entrada. O elfo enxergou um humano mediano, cerca de quarenta e tantos anos, vestido de forma distinta e usando um grande chapeu. O homem se encolhia da chuva e já demonstrava impaciência com a ausência de resposta ao seu chamado. Quando o homem ensaiava um toque mais violento, Beren abriu a porta. Os demais se esconderam no interior da ferraria.

- Olá...Armorien não está! Ele não aparece aqui há algum tempo...

O homem estranhou aquele sotaque carregado. Certamente aquele elfo não era nativo de Har-Thelen ou mesmo de Sithicus. Preocupado com a chuva, o homem se apresentou rapidamente, esperando um convite para entrar.

- Eu sou Thomas Malek, da Baróvia. Amigo de longa data de Armorien. E você, elfo?

- Sou Jacob. Trabalho para Armorien - mentiu o elfo.

O homem foi entrando sem paciência, pois viu que parecia se tratar de um aprendiz ou servo. Ele retirou a pesada capa e entregou a Beren. Enquanto se arrumava, perguntou:

- Você sabe onde anda Armorien? Marquei esse encontro há meses. Ele tinha uma encomenda para me entregar...

- Não sei onde ele está agora! Quando eu voltei da minha busca pelas escamas, já estava tudo meio abandonado, assim como a propria cidade - respondeu o elfo.

- 'Escamas'? O baroviano arregalou os olhos com surpresa.

- Sim! Armorien me enviou para pegá-las ao sul - Beren puxou um punhado que havia guardado na mochila. O homem parecia tentar esconder o ar maravilhado que lhe tomava ao ver as escamas de dragão azul. No entanto, Thomas também sentia desconfiança em relação àquele estranho elfo, do qual nunca ouviu falar por parte do ferreiro...

Beren também não podia controlar a curiosidade: por que um homem aparentemente tão distinto viajara tão longe para encontrar-se com um simples ferreiro? Não haveria ferreiros qualificados no reino da Baróvia?

- Eu preciso ir! Voltarei amanhã para ver se encontro Armorien. Caso ele apareça antes disso, diga que Thomas Malek da Baróvia procura por ele com urgência! - O sujeito saiu apressadamente, quase esquecendo a capa dependurada num gancho, ao lado da porta. Enquanto Beren abria a porta para o misterioso visitante, ele percebeu que alguns guardas da cidade estavam descendo a rua, batendo de porta em porta atrás dos bandidos que soltaram o condenado naquela tarde.

O grupo saiu aliviado de seus escoderijos. Todos mostravam desconfiança em relação ao visitante baroviano. Mas havia pouco tempo para pensar: alguns instantes depois, a guarda já batia na porta da ferraria, forçando a porta! os aventureiros sacaram suas armas e se prepararam para o inevitável choque. Assim que os guardas abriram a porta a pancadas, o grupo se lançou sobre eles. Era um pequeno contingente de 5 oficiais, armados com lanças e vestindo pequenas placas de metal. Capsoniwon desferiu setas sobre um deles, que caiu abatido no mesmo instante. Thynnus também atirava com seu arco, enquanto Dimitre e Beren rechaçavam os demais a golpes de espada. Lothar lançou um faixo de luz que cegou os soldados que tentavam desesperadamente fugir do local. raistlin permanecia magicamente oculto, esperando o resultado provável da batalha. Em pouco tempo, os soldados que não morreram em combate foram feitos prisioneiros. Dimitre e Lothar arrastaram-nos para o andar de cima da ferraria.

Os sinais de luta já não eram evidentes quando Beren se aproximava da porta para fechá-la. Foi quando viu novamente o nobre mensageiro da Baróvia caminhando em direção a ferraria. O homem já estava quase na porta quando Beren virou-se para alertar os companheiros a se esconderem denovo...

O semblante do homem não demonstrava especial desconfiança naquele momento e ele já foi entrando no estabelecimento sem pedir qualquer licença. Mas quando viu aquele bando de pessoas dentro da ferraria, parou e segurou o cabo da espada. Mas o grupo já havia cercado-o...

- Vocês são ladrões? Eu tenho algum ouro, mas me deixem vivo...

- Cale-se, homem! Quem faz as perguntas aqui somos nós! - brandiu Capsoniwon com impaciência, enquanto sacava a espada de forma ameaçadora.

- Eu sou um enviado do conde Strahd von Zarovich...acreditem! É melhor me deixarem em paz...

- Não vamos lhe fazer mal, forasteiro...apenas diga o que você quer com o ferreiro - completou Lothar.

- Sou apenas um enviado de meu mestre! O conde não permite que eu revele seus interesses a ninguém. Me deixem seguir meu caminho e ninguém acabará ferido - o homem falava enquanto recuava em direção a porta, com muito receio. O grupo silenciosamente parecia concordar que seria melhor deixar esse sujeito partir sem problemas.

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