
Depois de explorar a sala da Capela de Mishakal, os aventureiros resolveram investigar a porta oposta. O grupo avançou até a entrada da sala, que encontrava-se igualmente trancada por cadeados enferrujados. Na grande porta de madeira estava gravada uma imagem de um Dragão de Platina. Raistlin arrombou a sala usando uma de suas mágicas. A sala mostrava os mesmos sinais de desgaste e abandono que o templo de Mishakal. Quando iluminou-se o local, foi possível perceber uma enorme estátua esculpida em metal sobre um altar. Era a imagem de um dragão. Nos pés do altar estava gravada uma escritura, que foi decifrada por Raistlin: Deus Paladine, o Dragão de Platina, a Espada da Justiça. A lado da imagem encontrava-se uma fonte de mármore seca. Os aventureiros começaram a observar a estátua e uma voz sussurou algo nas mentes de Dimitre, Beren e Capsoniwon: - Me liberte! Me liberte! Enquanto isso, Lothar criou água e encheu a fonte através de seus poderes divinos. O sacerdote iniciou um conjunto de preces, consagrando aquela água segundo as graças de Enlil.
As vozes continuavam a falar nas mentes dos guerreiros. Beren partiu em direção ao altar e tentou mover a estátua, dizendo aos outros que lhe ajudassem a derrubá-la no chão. Numa combinação de esforços, os guerreiros tombaram a imagem de seu altar. A queda foi tão violenta que a estátua se espatifou em vários pedaços. Um brilho surgiu entre os fragmentos: era uma espada, cuja lâmina estava queimando em brasas vermelhas. Beren arrancou um pedaço de tecido de seu manto, enrolou-o na mão e pegou a espada. O elfo largou a arma dentro da fonte, afim que o metal incandecente esfriasse. Ao fazê-lo, ouviu uma voz forte: - Olá novo portador! Eu sou A Fazedora de Votos e meu objetivo é destruir os cavaleiros desonrados, servos das sombras - era a própria espada que lhe falara aquelas palavras! Ela havia sido colocada naquele templo pelo próprio Deus Paladine, para derrotar Lord Soth e seus serviçais mortos-vivos.
Raistlin, que assistia aquilo tudo com certo desinteresse, alertou os companheiros que ouvira passos nos corredores e que alguém se aproximava. Os guerreiros tomaram posição no momento que um grupo de 4 guardas do castelo os viu pelo corredor que levava até o templo. Os guerreiros-esqueletos de Nedragaard avançaram violentamente até a entrada da capela, mas não cruzarama linha que dividia o corredor do templo. Algo não lhes permitia que entrassem naquele solo sagrado. Nesse momento, sem dar atenção para qualquer dessas questões religiosas, Raistlin detona uma Bola de Fogo sobre o grupo de mortos-vivos. Thynnus, Beren e Dimitre também se lançam em carga sobre os guerreiros-esqueleto. Capsoniwon começa a escalar as paredes tentando colocar-se sobre os guardas enquanto Lothar toma uma poção mágica de Levitação. O combate é mais uma vez brutal. Os guerreiros trocam violentos golpes de espada com os guardas enquanto Capsoniwon e Lothar jogam frascos de água benta sobre eles. Após alguns instantes de furiosa carnificina, os guardas de Soth são derrotados. Os aventureiros então dirigem sua atenção para a única sala que não havia sido explorada naquele andar: aquela que se colocava no lado oposto a escadaria de acesso. Chegando diante da enorme porta de madeira, igualmente abandonada, os companheiros abrem-na sem grandes problemas. Tratava-se de uma biblioteca esquecida. A biblioteca pessoal de Lord Soth. Raistlin rompeu seu tradicional silêncio enigmático com uma série de comentários entusiasmados. O elfo começou a revirar prateleiras, folhear tomos, livros, pergaminhos e escritos avulsos como se fosse uma criança maravilhada diante de seus novos brinquedos, ignorando completamente qualquer perigo ou maldição que pudesse rondar aquele local. Os demais esparavam pelo mago com pouca paciência e não haviam se empolgado tanto com a descoberta. Eles queriam acessar o andar seguinte...a sala do trono do Castelo Nedragaard...
Após algumas horas de detalhado exame na biblioteca, Raistlin juntou uma dúzia de obras que lhe interessavam entre centenas de livros sobre contos de cavalaria, táticas de guerra, história e geografia de um mundo chamado Krynn e outros escritos considerados de menos importância. Raistlin entrega um tomo grosso, com refinada capa de couro a Lothar: - Estude isso, sacerdote - Tratava-se do livro Da Chegada do Dia, um compêndio antigo sobre necromancia. Lothar não hesitou e guardou-o junto de seu poucos pertences. O grupo aproveitou a pausa para descansar, cobrir ferimentos e se refazer do combate, imaginando como seria estar face a face com o lorde negro de Sithicus, se é que o Cavaleiro da Rosa Negra estaria em seu trono. Raistlin argumentou que precisava de mais tempo para procurar livros que poderia ajudá-los a enfrentar Soth e voltar para casa. Mas já era tarde. A noite se aproximava e as Banshees começariam a vagar pelos corredores a procura de intrusos. E todos sabiam: durante a noite elas poderiam lançar seu lamento mortal sobre o grupo! Após trocarem olhares de incerteza, os aventureiros respiraram com calma por uma úiltima vez e dirigiram-se para o lance de escadas que os havia levado até esse andar proibido de Nedragaard. Raistlin mostrou-se intransigente sobre a necessidade de continuar a jornada e preferiu permanecer na biblioteca, sozinho. Seus companheiros lhe deram as costas então. O elfo parecia perdido em sua sede de poder e conhecimento, como nos tempos em que carregava um blasfêmio livro de magia negra que quase custou sua vida. Jaspo, que ainda estava fraco, preferiu ficar descansando na sala do templo de Mishakal. Parecia ser um lugar seguro e proibido às criaturas sombrias do castelo. Os aventureiros seguiram. Subindo os degraus com alguma hesitação eles enxergam um enorme salão, repleto de estandartes militares. No centro da sala há um trono. E sentado nele havia algo inexplicavel, horrendo, infernal...


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