quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em Busca de Jaspo

Deixando para trás a ferraria do castelo Nedragaard, os companheiros resolveram subir ao andar seguinte. Eles deveriam ter cuidado, pois mais guardas estariam rondando a fortaleza e existiam ainda aqueles espíritos horrendos chamados Banshees, que vagavam por Nedragaard durante o dia, em busca de visitantes para aterrorizar. O grupo acendou duas tochas e começou a exploração do forte de Lord Soth...

Subindo pelos lances de escada que se encontrava numa das laterais do enorme salão central, os aventureiros alcançam o segundo andar. Ali encontraram um vasto jardim interno, onde cresciam desordenadamente grandes ramos de folhagens e plantas exóticas. Ao examinarem o local com mais cuidado, encontraram um poço tampado com uma grade. Algum grande animal se arrastava por ali, em meio a restos de refeições e escrementos. Indo em direção ao interior do jardim, Raistlin avistou um corpo caído entre plantas espinhosas de cor rubra. Beren foi se aproximando com cuidado e virou o corpo para cima: era um elfa de meia idade. Ela estava com uma pequena faca de jardinagem em uma das mãos e uma bolsa pendurada na cintura. A elfa deveria estar morta há cerca de 3 dias. Enquanto Beren examinava o cadáver, as plantas começaram a se mexer. O elfo deu um passo para trás, tentando puxa o corpo da elfa junto, mas um ramo da planta agarrou-se a sua perna. Com um golpe de espada o elfo se libertou. O grupo analisou o corpo e viu que deveria tratar-se de Kellastra, a dona do boticário em Har-Thelen. Ela carregava uma poção em sua bolsa, além de algumas amostras de plantas colhidas ali mesmo. Em seu antebraço estava escrita uma mensagem: "Um peregrino da Rosa Negra"...os amigos se entreolharam mas a frase não fazia sentido para ninguém ali.

Andando mais um pouco, puderam ver na outra extremidade do jardim uma fonte desativada e uma pequena escada que dava acesso a uma porta fechada. Enquanto andavam, ouviram o som passos pesados e metal sacudindo. A porta se abriu e ouviu-se novamente uma voz vinda das profundezas: - Quem está aí? Capsoniwon e Thynnus se esconderam atrás da fonte. Os demais sacaram suas armas e esperaram o combate. Não obtendo respostas, os soldados mortos-vivos de Soth atacaram o grupo novamente. Dimitre e Beren avançaram pelos flancos, abrindo caminho a golpes de espada. Lothar preparava-se para conjurar um feitiço e Raistlin havia sumido entre as folhagens. Capsoniwon e Thynnus também sacaram suas espadas e atacaram o grupo de soldados esqueletos de surpresa. Espadas quebravam ossos e metal furiosamente naquele jardim demoníaco, até que o último dos guardas foi vencido!

O grupo se recobrava da batalha enquanto Raistlin adentrou a porta de onde vieram os soldados. A passagem dava acesso a um quarto. Havia uma pequena cama encostada na parede, um par de botas sujas de lama e uma gaiola aberta sobre a cama. Num dos cantos do quarto havia uma pequena peça de madeira com uma escrivanhia. Os aventureiros, um pouco desconfiados, presumiram que tratava-se do quarto do anão Azrael, o senescal de Lord Soth que eles mesmos deram cabo numa batalha em Fumewood. Beren aproximou-se das botas e foi possível ouvir um guizo. - Esse é o som de uma serpente! afirmou Thynnus preocupado. Percebendo que a origem do ruído era dentro de uma das botas, Beren desferiu um golpe que partiu o calçado ao meio. Uma cobra negra de pele brilhante teve o mesmo destino da bota. Era o animal de estimação de Azrael...Poderia se juntar a ele agora no inferno, pensaram os amigos...

Revirando o quarto, o grupo descobriu estranhos desenhos em baixo da cama do anão. Dimitre reconheceu-os como sinais de proteção contra as Banshees ou os demônios que o anão costumava convocar. Raistlin tentou copiá-los em seu livro. Durante a inspeção na escrivanhia, novas anotações do servo de Soth foram achadas. A caligrafia era idêntica. Pareciam notas antigas e talvez fizessem parte do diário que os companheiros acharam quando derrotaram Azrael.

- Lord S acha que o medalhão e a jóia negra estão aqui no reino. Ele disse que as aparições do espírito de K estão sendo relatadas por que ela deve ter saído da jóia, de alguma forma.
Eu nunca vi tal jóia ou a própria K. Talvez C tenha reaparecido em Sithicus.

- Preciso refazer as runas na sala do trono. Se o tal dragão azul aparecer, ele poderá atacar o castelo e ferir Lord S. Nós não queremos isso! Lord S disse que é preciso mais sangue dos Kenders para refazê-la. Mas esses seres imundos parecem ter sumido de Kendralin. Não vejo um há meses.

- Aramil disse que o filho do mineiro está de volta ao reino. Talvez ele saiba onde fica o Lago
.

Lendo essas mensagem, o grupo percebeu que Lord Soth sabia que Khellendros viriam em busca de vingança. O Lorde tinha tomado as precauções necessárias e estava protegido da fúria do dragão azul, por enquanto...

Os intrépidos aventureiros decidiram seguir por um dos 2 corredores que se estendiam nas laterais do quarto de Azrael. Tomaram o caminho da esquerda. Após alguns passos, foi possível ouvir murmúrios e gemidos, além do som de correntes sendo arrastadas. Ao iluminarem o fim do corredor, enxergaram uma grade que impedia o avanço. Quando Dimitre avançava para tentar abrir o portão de ferro com alguma das chaves que ele havia achado junto a um dos guardas uma visão terrível se apresentou ao grupo: 5 vultos flutuantes, com contornos femininos graciosos e vestindo longos mantos brancos surgiram por entre as grades. Pensamentos aterrorizantes inundaram as mentes dos companheiros naquele momento...eram as temíveis Banshees! Espíritos de elfas malignas que foram privadas de seu descanço para atormentar outros desgraçados pelas madrugadas do mundo. Ao verem aqueles rostos retorcidos e envelhecidos pelos séculos de sofrimento, os aventureiros perderam os movimentos, como se tivesse sido congelados. As tochas cairam no chão e os poucos que se recobraram do choque inicial tentaram esboçar alguma reação: Lothar agarrou-se desesperadamente a sua fé e ao símbolo sagrado de Enlil que carregava. Evocando palavras esquecidas e cânticos de glória a divindade elemental, o sacerdote conseguiou afugentar 3 daquelas aberrações, que permaneciam semi-visíveis àquela luz diurna. Beren e Thynnus, recobrados do instante de paralisia, tentaram golpear os espíritos, mas antes disso foram atingidos pelo toque gelado e macabro das Banshees. Ao sentirem aquela dor fria, seus corpos pareceram envelhecer uns 4 ou 5 anos instantaneamente.

Vencendo o temor que aquela macabra visão proporcionava, os guerreiros partiram para um combate desesperado. Mas aqueles espíritos malignos continuavam se esgueirando pelas sombras do corredor e atacando com seu toque gelado. A duras penas, os companheiros venceram as Banshees que não haviam sido desconjuradas. Dimitre então abriu o portão e notou que ele dava acesso a uma série de celas: era a prisão de Nedragaard. Ali poderia estar seu pai!

Olhando nas celas, os aventureiros encontraram alguns mineradores humanos, uma dúzia de elfos e um homem muito magro, com o corpo profundamente ferido e envelhecido. Seus cabelos estavam completamente brancos e ele vestia apenas trapos esfarrapados. Seu olhar era perdido numa contemplação sobrenatural, como se guardasse algum segredo terrível. Alguma coisa naquele misterioso homem lembrava Dimitre. Aquele coitado era nada menos que Jaspo, o pai do meio-vistani...

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