
Beren estava morto!
O preço pago por derrotar Azrael, o braço direito de Lord Soth, foi demasiado caro! Mas os viajantes nunca foram muito dados às lamentações: mais desafios deveriam ser superados e a hora já era avançada. Os aventureiros pegaram o corpo do anão Azrael e o levaram até uma pilha de madeira que havia sido preparada por Thynnus e Dimitre. Lothar tomou algumas precauções - como circular a pira com sal-grosso e banhar o rosto do cadáver em água benta - para que o corpo do anão não pudesse ser reanimado como morto-vivo. Depois de embebido em óleo, foi ateado fogo sobre o que restara de Azrael Dak. Assistindo àquela pira, o grupo já traçava plano de como conseguir mais Oiolosse, a erva que foi responsável pela ressurreição de Capsoniwon. Antes disso, porém, Thynnus sofreu uma profunda queimadura na mão ao tentar empunhar o machado de Azrael. Aquela arma, de velocidade e corte sobrenaturais certamente carregava consigo alguma maldição, assim como seu metamorfo proprietário. O machado foi deixado ali mesmo, junto às marcas da batalha.
Tendo consagrado os restos mortais de Azrael, os aventureiros voltaram ao acampamento vistani. Madame Magda foi chamada e um encontro aconteceu naquela madrugada. O grupo informou que Azrael Dak estava morto, mas um dos guerreiros do grupo também havia perecido em combate. A cigana proferiu algumas palavras, como se prestasse alguma homenagem ao espírito do falecido guerreiro e depois manteve-se em silêncio por longos minutos.
- Acho que minha filha Inza está tramando contra os Andarilhos. A morte de Azrael talvez acelere as coisas - disse a calejada líder dos ciganos, com preocupação no olhar.
- Precisamos encontrar mais da erva Oiolosse! Onde podemos encontrá-la? - interrompeu Capsoniwon.
- Ela cresce nas encostas das Montanhas de Ferro, a nordeste de Fumewood, quase na fronteira com a Baróvia. Mas a região é habitada pelos Elfos Selvagens. É um lugar perigoso...
Durante longo tempo o grupo discutiu qual caminho tomar: rumar para o boticário de Kellastra, em Har-Thelen e torcer para que existisse mais da procurada erva nos estoques da loja; ou seguir a nordeste, rumo às Montanhas de Ferro?
Madame Magda foi deixada com suas próprias preocupações e o grupo se reuniu mais uma vez para debater seus próximos passos. Após se convencerem de que a viagem até as Montanhas de Ferro seria o caminho com mais chances de sucesso, os aventureiros descansaram e na manhã seguinte se prepararam para a longa viagem. O corpo de Beren foi amarrado em um dos cavalos, que seguia sendo puxado por Thynnus. O inverno atingia seu auge, e a medida que a marcha progredia ao norte, mais o clima se mostrava inclemente. A neve havia coberto grande parte das estradas e o vento cortava as entranhas dos viajantes, com seu sopro gelado e constante...Durante 2 dias o grupo cavalgou em direção às Montanhas de Ferro. Até agora, nenhum sinal das tribos dos Elfos Selvagens havia sido encontrado, a não ser pequenos restos de fogueira e carcaças de animais abatidos por seus caçadores.
A marcha se estendeu até o fim da tarde do segundo dia, quando rastros de animais enormes foram encontrados. Raistlin, com a ajuda dos poderes de seu manto mágico, reconheceu tratar-se de uma Hydra. Thynnus encontrou mais rastros próximo a carcaças de renas. mas eram de outro animal...provavelmente algum carniçeiro que seguia a Hydra e coimia os restos de suas refeições. Enquanto faziam o reconhecimento do terro, Dimitre percebeu ruídos numa das encostas que contornavam a castigada estrada. Se aproximando, o cigano pôde ver que se tratava de um pequeno bando de Elfos Selvagens; talvez uns 5 ou 6. Provavelmente estavam seguindo o grupo há algum tempo, mas acabaram deixando-se perceber. Aparentemente, quem liderava o bando era uma mulher velha e corpulenta. Ela dava ordens aos outros e trazia na pele algumas pinturas com padrões mais variados que os demais.
Com bastante cuidado, um primeiro contato foi tentado. Os viajantes baixaram suas armas e deixaram uma pequena gema brilhante no chão, recuando logo em seguida. Uma criança foi ordenada pela velha elfa a pegá-la. Em seguida, os selvagens se aproximaram de forma curiosa. Dimitre e Raistlin tentaram articular algumas frases em élfico. Com dificuldade, eles descobriram que estavam próximos ao covil da "Grande Besta" - provavelmente era a Hydra, assegurou Thynnus - e que eles seriam grandes guerreiros se a matassem e depois comessem seu coração. Capsoniwon sentiu náuseas imediatamente. Os selvagens apontaram a direção do covil e se retiraram rapidamente, desaparecendo na neve das montanhas como fantasmas.
Um cheiro pútrefe encheu o ar gelado das montanhas. Odor de carniça; de algum animal grande morto há poucos dias, pensaram os viajantes. De repente, de uma das fendas no enorme paredão rochoso que acompanhava a estrada surgiu uma Besta Morta-Viva, rugindo ferozmente sobre o grupo. Espadas sacadas, flechas incendiárias lançadas e uma luta alucinada foi o que se viu naquela paisagem morta. A criatura parecia não recuar diante do assalto simultâneo de 5 oponentes, cada um atacando de um lado! Com muito esforço e bravura, aquela aberração da noite acabou abatida, graças aos feitiços de Raistlin e aos golpes dos guerreiros do grupo. Certamente aquela criatura sobrevivia naquela região tão remota comendo as carniças das vítimas da Hydra. Sua carcaça fétida foi deixada ali, para que a neve lentamente a consumisse. O covil da Hydra era a próxima parada...
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