Após a sangrenta batalha com os Ghouls, o grupo reuniu-se em torno do corpo de Capsoniwon. Raistlin foi informado que o anão Grimble também havia perecido a pouco, desaparecendo em meio aos escombros da montanha. O frio daquela manhã obrigou os aventureiros a voltarem ao vilarejo, onde alugaram um quarto no Estalajem Lua-Negra. Após horas de conversa e de tratamento dos ferimentos, Raistlin resolveu analisar o punhado de ervas que Lothar havia saqueado no boticário de Kellastra, em Har-Thelen. O feiticeiro ficou surpreso: ali havia um ramo de Kiama, erva considerada capaz de afastar maus espíritos e agouros malignos; e a raríssima Oiolosse, um ramo seco com propriedades mágicas, capaz de trazer de volta a vida um elfo morto há uma semana! Os companheiros se regozijaram diante da notícia. Mas para que a erva tivesse efeito sobre o corpo sem vida de Capsoniwon, um conjunto de preparativos deveria ser feito. Aqueceu-se água e o cadáver foi colocado em uma enorme banheira. As ervas foram preparadas e colocadas na água quente. O corpo foi submerso durante 3 horas. Como que por uma milagre, nessa terra desolada, o rosto submerso de Capsoniwon começou a retorcer-se em busca de ar; seus braços se balançavam e de repente, num sopro de força, a elfa emergiu viva novamente! A cena comoveu a todos, especialmente Beren, que imediatamente se jogou sobre a irmã, quebrando a banheira com seu peso excessivo. Na ocasião da ressurreição de Capsoniwon, Silvenne - a princesa de Ashtun - mantinha aquele olhar perdido e perturbado. Havia dias que ela estava sendo perseguida por pesadelos terríveis e imagens aterrorizadoras. A Terra das Brumas havia transformado aquela mulher de forma irreversível. Beren sentia-se responável por aquela pobre mulher, por motivos desconhecidos. O elfo não permitia que os amigos ficassem as sós com ele e tampouco se aproximassem demasiadamente. Raistlin, aproveitando-se da distração dos companheiros com a volta à vida de Capsoniwon, lançou um encantamento sobre Silvenne, buscando por meio de magia abortar a criatura maligna que ela carregava no ventre. Um grito medonho chamou a atenção de todos os presentes. Eles se viraram para a jovem princesa e viram uma mancha negra em sua roupa, na altura da cintura. Era um sangue escuro e viscoso. A mulher berrava alucinadamente e logo desabou no chão em contorcimentos assustadores. Lothar tentou acalma-lá e usar seus conhecimentos de medicina. O diagnóstico do sacerdote era um só: a moça tinha abortado! O descanso era necessário num dia tão cheio de surpresas...
Saindo de Veidrava antes do anoitecer, o grupo encontrou a embarcação de Jusfin se preparando para partir ao norte. Raistlin apresentou seus amigos ao capitão e a tripulação, que os receberam com certa desconfiança. Muitos protestos foram feitos pelos aventureiros quando um preço pela viagem foi estabelecido. O ouro de Ankara era puro e o grupo não queria perdê-lo para mercadores gananciosos. Durante a viagem os ânimos se exaltaram: o capitão desconfiava que os estrangeiros iriam saqueá-los e uma violenta discussão iniciou-se. Lothar, que em muitos momentos agia com paciência e moderação, esbravejava contra o comerciante. Espadas foram sacadas e o resto da tripulação lançou-se no rio diante do assalto ao barco.
Tendo resolvido o empasse de forma violenta, os viajantes tomaram o controle do barco e depois de algumas horas subindo o rio, aportaram na vila dos pescadores. Lá encontraram o lugar completamente arrasado por um incêndio. O cheiro de enxofre também era forte perto da vila. Raisltin tinha estado lá há apenas 2 dias e agora nada restava do pequeno povoado. Ouvindo vigorosos uivos de lobos nas proximidades, Thynnus decidiu seguir por uma estrada larga, que continha rastros recentes das carroças dos Andarilhos vistani. Havia também ali pegadas de algum animal de grande porte, como um urso ou talvez um texugo gigantesco. Depois de muitas horas de estrada, o grupo avistou as fogueiras do acampamento dos ciganos. Pelas redondezas o ranger também encontrou marcas de um carro-de-guerra e mais pêlos de texugo.

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