terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Primeiro Espelho: o ataque aos Ogros


Ao entrarem no primeiro espelho novamente o grupo já podia ouvir o distante som da comitiva de Lord Loren Soth de Daagard percorrendo aquela estrada em meio a mata. Sobre o barranco os companheiros também podiam ouvir os murmuros de lady Isolde e das elfas prisioneiras do bando Ogro. Pois então que Beren e Dimitre colocaram-se no meio da estrada. Lothar empunhou seu símbolo sagrado e tomou a frente do companheiros. Logo surgiu o grupo de batedores e, atrás deles, a carruagem de Lord Soth, onde estava exposto seu brasão: a Rosa Negra. Os aventureiros se colocaram diante dos cavaleiros obrigando-os a parar, sob o risco de serem atropelados pelos animais. Os quatro batedores fizeram sinal ao restante do comboio, sacando suas longas espadas para a defesa de seu senhor. A comitiva parou e Lothar interpelou os batedores:

- Olá nobres cavaleiros! Somos viajantes e acreditamos que vocês, como homens honrados e guerreiros valorosos, não deixariam que uma desgraça se precipitasse bem aqui, nessa floresta!

- E que desgraça seria essa, sacerdote? Qual o motivo de vocês viajantes interromperem a marcha da comitiva de Lord Loren Soth de Daagard?

- Vocês, cavaleiros e homens de guerra, podem evitar que tal desgraça se consume! Ouçam o que vos digo pois sei que é dever de nobres homens lutar contra injustiças e violências contra os fracos e incapazes. É dever defender as mulheres da brutalidade desse mundo!

Nesse momento, a figura de um nobre homem, alto e de olhar austero, surge em meio as cortinas da carruagem. Ele sinaliza aos batedores que guardem suas espadas. - O que se passa aqui, forasteiros? O que vocês desejam?

Dimitre fala com seu sotaque carregado, tentando não olhar diretamente para aquela figura imponente e de distinta posição social.

- Donzelas élficas estão sendo feitas prisioneiras de um bando de desprezíveis Ogros logo acima dessa colina!

Instantes de silêncio e desconfiança pairaram naquela estrada perdida na floresta. O Lorde e seus cavaleiros trocaram olhares, como se perguntassem quem eram esses bandoleiros. Estariam eles mentindo ou tramando alguma emboscada contra um grupo tão bem armado e organizado como os cavaleiros de Lord Loren Soth de Daagard? Seriam tolos o suficiente para tal intento?

Rompendo aquele instante, o meio-cigano continuou: - Se não acredita em nossa palavra, mande 2 de seus batedores até a colina e confirme que o que vos digo é a pura verdade! Se não nos apressarmos, as damas elfas certamente terão um destino doloroso e terrível nas mãos de tais bestas!

O Lorde, ao ouvir aquele apelo, como se tomado de fúria e indignação apressou-se para montar seu corcel e liderar um grupo de 8 cavaleiros, que foram guiados pelos aventureiros até o acampamento dos Ogros. Esgueirando-se na mata, o grupo já conseguia enxergar a fogueira e as donzelas elfas amarradas ao redor. Soth sinalizou para seus homens alguma manobra militar e subitamente os cavaleiros se lançaram com determinação sobre o bando de Ogros. Enquanto isso, Capsoniwon, Thynnus e Lothar desferiam flechas sobre os inimigos do meio da mata. Beren e Dimitre sacaram as espadas e seguiram os cavaleiros, dando-lhes retaguarda. A batalha tornou-se um violento espetáculo de sangue e aço. Os Ogros, por um instante surpreendidos, já recobravam-se e desferiam pesados golpes com suas clavas sobre os cavaleiros de Soth. Mas esses homens, dotados de bravura e determinação incomuns, avançavam numa carga louca sobre o bando, como se aquela batalha fosse a última que travariam antes de apresentarem-se diante dos deuses, no fim dos tempos. Logo as feras, mais numerosas mas menos organizadas em batalha, começavam a tombar. Os aventureiros de Ankara e Dimitre olhavam com desconforto para Lord Soth. Nesse instante ele investia contra o líder do bando Ogro. Aquele homem de voz carregada e olhar brilhante, que nesse instante era um companheiro de batalha do grupo, era o mesmo ser que havia causado tanto mal através dos séculos. Um monstro sentado em seu frio trono, capaz das maiores atroçidades para alcançar seus nefastos propósitos. Um homem além da redenção...uma alma sombria que eles mesmos deveriam enfrentar logo que terminassem suas aventuras nos Espelhos da Memória.

Quando 9 dos 13 Ogros do bando já foram abatidos no ensandecido combate, os demais resolveram bater em retirada, salvando suas próprias vidas. É nesse momento que os cavaleiros e os membros do grupo começam a libertar as donzelas elfas de suas amarras. Ao todo contam-se 13 elfas adultas. Mas uma delas é especial: os aventureiros olhavam com apreensão quando Lord Soth aproximava-se de Lady Isolde. Quando o calejado cavaleiro de Solamnia cruzou seu olhar com o daquela pura e incrivelmente linda mulher, seu coração forjado nas batalhas mais brutais experimentou um momento de calma e doçura. Lord Soth perdeu a fala e ficou por alguns instantes somente fitando aqueles olhos mágicos. Naquele momento o cavaleiro esqueceu-se de seus votos, de sua Ordem, de seus inimigos, de sua esposa grávida e de tudo o mais que não fosse a exuberante Isolde. E foi nesse mesmo instante que as visão dos companheiros começou a embaralhar-se e todos se viram de volta àquela fria sala do trono do Forte Nedragaard, no coração de Sithicus. A cena do primeiro espelho cumpriu-se como realmente foi...

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